DEMIS MIGUEL STILLER
Introdução ao meio ambiente e saúde
Como a perspectiva ambiental consiste em ver o mundo com suas evidências, com suas inter-relações e a interdependência dos diversos seres existentes na constituição e manutenção da vida, quando se traz este termo na visão da educação, essa perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um projeto pensando na dignidade do ser humano, do seu trabalho na participação, na corresponsabilidade, na solidariedade e na equidade entre todos os seres vivos do planeta.
A moderna cosmologia nos fez, pois, compreender que o universo é um imenso processo único, complexo, contraditório e complementar que une todos os seres vivos e “inertes”, por uma teia de relações de tal maneira que nada existe fora da relação. (Boff 1994, p. 36).
Na medida em que a humanidade aumenta a sua necessidade de explorar a natureza, se torna um grande desejo satisfazer suas necessidades, com isso surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível. (...) “senso comum ecológico” – que todos igualam numa aparente afinidade, quando abriga perspectivas diversas e mesmo antagônicas (Carvalho 1988, p.3).
Segundo consta no Parâmetro Curricular Nacional - PCN (BRASIL, 2008, p. 39-62), que trata do meio ambiente, a tecnologia empregada evoluiu rapidamente com consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa. A tecnologia vem evoluindo rapidamente com consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez da poluição do meio ambiente. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma intensa e sua área destruição da floresta passou a ser preocupante.
A crise do meio ambiente denuncia o esgotamento deste modelo de civilização, e torna a ecologia um ponto por onde devem passar necessariamente a rearticulação ou a manutenção da ordem internacional. Para onde quer que oscile o pendulo ideológico, a ecologia tende a se tornar um campo estratégico (CARVALHO 1988, p. 1).
Os recursos não renováveis, como o petróleo e a água potável, estão ameaçando a escassear. Pensando que antes se retirava uma árvore para construção de abrigo, agora se retiram centenas para produção de diversos objetos.
Onde se tinha pequenas aldeias com algumas famílias, consumindo pouca água e produzindo poucos detritos, agora existem milhões de famílias morando em grandes metrópoles, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de lixo todos os dias.
Essas diferenças são determinantes para a degradação do meio onde se insere o homem. Os sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu equilíbrio natural. E a riqueza, gerada num modelo econômico que propicia a concentração da renda somente para um determinado grupo social, não impede o crescimento da miséria e da fome. Isso causa algumas consequências indesejáveis na ação humana, como por exemplo, o esgotamento do solo, a contaminação da água e a crescente violência nos centros urbanos.
Para os menos avisados, tudo leva a crer que estamos diante de um consenso mundial sobre a necessidade de preservar a natureza e melhorar as condições de vida no planeta. Sob a dimensão planetária dos ideais de bem-estar, sustentabilidade e defesa da vida, são veiculadas “verdades” para todos os gostos. Esses ideais, descolados do mundo das práticas e das politicas efetivas de gestão ambiental, alimentam o imaginário social com a expectativa de que está sendo construída uma nova era de equilíbrio e sustentabilidade com participação, em perfeita consonância, de todos os atores sociais (CARVALHO 1991, p. 4-5).
Ainda, para reforçar a justificativa da inserção, os documentos curriculares apontam sobre o quanto é importante tratar de conteúdos referentes ao ambiente no ensino fundamental. Para Barreto (1993, p. 86-87), é importante considerar que,
(...) a dificuldade de meus alunos em particular, como da população em geral, para compreender a natureza do desafio que está colocando para a humanidade, diz respeito a permanência de estruturas de pensamentos desarmadas do ponto de vista epistemológico para perceberem a relação Homem-Natureza de outra maneira, diferente do jogo mecânico da dualidade proposta pela lógica formal e racionalista.
Quando se trabalha com o lixo pode ser encontrar caminhos para recuperar este material já utilizado, pois esse objeto pode ser quando convertido em mercadoria utilizável. No entender de Rodrigues (1998, p. 167), pode-se mesmo considerar a mercadoria da reciclagem como uma "matéria-segunda", como uma forma de alusão à "matéria-prima" virgem na entrada do metabolismo industrial.
"É evidente que os discursos da empresa mostram uma nova matriz discursiva. Mostram a importância das 'novas mercadorias' sem contudo denominá-las mercadoria. Parece que as empresas estão preocupadas apenas com a problemática ambiental e que ao assim procederem, cumprem uma função social. Mas, é evidente que lhes interessa obter mais dessas novas mercadorias. A ampliação da separação para reciclagem pode possibilitar a obtenção de maior volume de 'matéria-prima' a preço menor" (RODRIGUES, 1998, p. 167).