Imprimir o livro todoImprimir o livro todo

Como faço a produção de material didático?

Site: Moodle - IFSC
Curso: Câmpus Canoinhas - Sala de Conteúdos (2018)
Livro: Como faço a produção de material didático?
Impresso por: Usuário visitante
Data: quinta, 19 Set 2024, 20:50

Apresentação

Olá docente,

A produção de material didático de EaD, especialmente no desenvolvimento textual possui especificidades que reservam qualidade ao processo de aprendizagem. Neste material apresentamos algumas diretrizes e dicas para auxiliar na sua produção textual, mas que podem ser seguida na hora de pensar no material para o AVEA também.

O objetivo é apresentar pequenos textos explicativos para serem acessados conforme interesse. Para visualizar cada informação, siga pelo sumário ao lado que encontra-se no canto superior esquerdo de seu monitor:

      

      

Desejamos um ótimo trabalho!

  

1. Introdução

O material didático para modalidade EaD é preparado para que o estudante acompanhe seu curso contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como videoaulas, ambiente virtual de ensino-aprendizagem e livro didático.

A intenção do projeto gráfico e instrucional de cursos é manter uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados. 

    

Neste material vamos apresentar a você algumas questões essenciais para a elaboração de material didáticos para Educação a Distância, levando em consideração as especificidades da elaboração material textual para atender as necessidade do estudo na modalidade a distância.  

Entre os assuntos a serem estudados estão os seguintes:

  • Preparação para escrever o conteúdo
  • O processo e construção
  • Estrutura do material
  • Métricas material EaD
  • Elementos Instrucionais
  • Linguagem dialógica
  • Critérios para desenvolvimento textual

Cada um destes assuntos terá seu detalhamento o e quando indicado será ainda apresentado elementos práticos para dar mais visibilidade e entendimento da aplicação a especificidade.

Confira!

 

2. Preparação para escrever o conteúdo

A elaboração do material didático utilizado na EaD apresenta algumas particularidades que devem ser levadas em consideração para que o aluno se sinta motivado de modo a facilitar a construção do conhecimento e mediar a interlocução entre estudante e professor (BRASIL, 2007).

       vv Silva e Spanhol (2014) apontam que um material didático de qualidade que assuma o papel de facilitador, mediador e motivador no processo de construção do conhecimento na EaD deve ser planejado em quatro dimensões: linguagem, forma, conteúdo e atividades de aprendizagem. 
Somente a experiência com cursos presenciais não garante a qualidade da produção de materiais adequados para a educação a distância, dadas suas singularidades, o que, segundo os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância, exige a necessidade de uma equipe multidisciplinar (BRASIL, 2007).

A partir dessas considerações iniciais sobre a importância do material didático podemos dar início à escrita e seleção do conteúdo, para isto é necessário conhecer e analisar as necessidades de aprendizagem, a primeira etapa do planejamento é conhecer os seguintes pontos: perfil dos possíveis alunos, ementa da UC, habilidades e competências previstas na UC, bibliografia básica da UC e carga horária da UC.

.

Na prática deve-se inicialmente desenvolver o plano instrucional, que é o documento onde se organiza a metodologia de aplicação de trabalho. Neste documento deve conter: 

  • Unidades de estudo
  • Objetivos
  • Conteúdos a serem abordados
  • Atividades avaliativas
  • Ferramentas e recursos

É como propor um mapa de apresentação e aplicação da UC de forma que se possa organizar o pensamento sistêmico para direcionar a produção do conteúdo.

Dica

Neste momento de preparação e organização de um curso ou de uma unidade curricular - UC, é interessante propor que cada unidade de estudo, tenha seu objetivo de aprendizagem, assim pode-se direcionar a confecção a unidade atender o objetivo proposto com o conteúdo.

  

IMPORTANTE:

Para visualizar a proposta na prática disponibilizando exemplos de documentos de organização.

Modelo no formato de Matriz, clique aqui e confira.

Modelo no formato Descritivo, clique aqui e confira.

 

3. O processo e construção textual

 

Ao escrever o conteúdo de um curso ou unidade curricular, é necessário pensar em formas que forneçam maior abrangência ao acesso cognitivo do estudante. A escrita do conteúdo precisa ocorrer de forma lógica e organizada, para aumentar o entendimento e motivação do leitor.

Alguns estudiosos propõem métodos de apresentação de conteúdos, uma deles é Robert Gagné, ele traz um modelo de estrutura e aponta estratégias para usar em cada momento.

O quadro a seguir apresenta uma estrutura de organização de texto vista como bastante positiva, confira:

Quadro 1 – Estrutura de Apresentação de livro texto

Fase/etapa

Função

Introdução

  • Ativar a atenção do aluno;
  • Informar os objetivos de aprendizagem; e
  • Apresentar uma visão geral da unidade.

Processo ou desenvolvimento

  • Recuperar conhecimentos prévios;
  • Apresentar informações novas e exemplos;
  • Focar a atenção do aluno;
  • Utilizar estratégias de aprendizagem;
  • Proporcionar a prática e orientá-la; e
  • Fornecer feedback.

Conclusão e Avaliação

  • Revisar e sintetizar o conteúdo
  • Transferir a aprendizagem;
  • Avaliar a aprendizagem; e
  • Fornecer complementação da aprendizagem.

Fonte: Manual do Conteudista -  CEAJUD 

A seguir confira a descrição de cada uma dessas etapas.

 .

2.1 Primeira etapa - Introdução

Inciamos o processo de construção do livro texto Ativando a atenção e motivando o estudante – este momento serve para convidar e instigar o estudante para o estudo do conteúdo, para isto pode-se usar questões provocativas ou problemas reais de interesse comum ao estudo.

O segundo passo é Informar os objetivos de aprendizagem – é interessante apresentar os objetivos de maneira desafiadora e com detalhamento necessário para o entendimento do que deve ser alcançado. 

Outro fator importante na introdução é Apresentação geral da unidade – para este fim é interessante apresentar o percurso a ser trilhado para chegar ao objetivo proposto.

 .

2.2 Segunda etapa - Desenvolvimento

Nesta etapa pode-se iniciar com a Recuperar conhecimentos prévios - propicie um momento de recuperação de conhecimentos que estejam vinculados ou sejam requisito para a unidade em curso. Na prática pode-se na primeira unidade do livro texto, apresentar algum conhecimento inicial e se tratando de unidades posteriores pode-se fazer resgate da unidade anterior.

Posteriormente deve-se Apresentar informações novas e exemplos – nesta parte o conteúdo pode ser apresentado de forma expositiva, descoberta ou exemplos e análise de situações. Lembre utilizando linguagem adequada, esta será detalhada em tópico posterior.

Considera-se importante Focar na atenção – se efetiva utilizando realces no texto, indicando para faze reflexões, realizar anotações, pesquisas. É interessante convidar o estudante nas interações de texto.

Deve-se pensar nas Estratégias de aprendizagem – elas devem seguir as estratégias pedagógicas do curso e valorizar o estudante e sua aprendizagem.

Outro ponto é Proporcionar a prática e orientá-la – dar oportunidade de acesso a prática permitindo a reflexão em cima de exemplos.

Por fim, é importante Fornecer feedbackdurante o estudo deve-se acompanhar o desempenho do estudante em relação a proposição dos objetivos da unidade.

.

2.3 Terceira Etapa - Conclusão e Avaliação

Nesta etapa final é interessante convidar o estudante a Revisar e sintetizar o conteúdo do curso, para isso se apresenta uma síntese do que foi estudo.

O próximo passo na conclusão é realizada a Transferência da aprendizagem – para isto se faz aplicação do conhecimento previsto no objetivo da aprendizagem da unidade.

Realiza-se também a Avaliação de aprendizagem – buscando avaliar o nível de aprendizagem alcançado, defendo haver coerência com os objetivos propostos.

Por fim é importante Fornecer complementação da aprendizagem – deve-se fazer análise dos resultados da avaliação de aprendizagem, para os estudantes que ficaram abaixo conhecimento previsto deve-se pensar em novas atividades ou conteúdos complementares.

4. Estrutura do material

Na organização do texto do seu material didático é importante apresentar conceitos essenciais à compreensão crítica do conteúdo adequados à concepção pedagógica e estabelecidos na ementa da UC, bem como apresentar as informações mínimas que permitam a visão geral do conteúdo e que contemplem conhecimento prévio trazido pelo estudante (SILVA; SPANHOL, 2014). 

.

Buscando contribuir com a organização do seu material, apontamos, a seguir, os elementos essenciais no processo de desenvolvimento do livro didático. 

  • Sumário: organize o sumário de sua UC indicando apenas nomes das unidades de aprendizagem. 

  • Apresentação da UC: faça uma breve apresentação da sua UC, preferencialmente em uma página.

  • Unidades de estudo: cada unidade deve ter um nome e estar organizada com subtítulos para uma melhor distribuição do conteúdo a ser discutido.

  • Página inicial da unidade: escreva um texto introdutório à unidade mencionando as competências a serem desenvolvidas nesta unidade pelo aluno. Esta apresentação guiará você, professor autor, na organização dos conteúdos.

  • Organização do conteúdo: cada unidade será composta por título e subtítulos. É indicado que se use até dois níveis hierárquicos de subtítulos: subtítulo 1 e subtítulo 2. Procure distribuí-los de maneira homogênea em cada unidade. 

  • Ao longo da produção da unidade, é importante a utilização de recursos instrucionais, elementos que diferenciam e destacam partes do conteúdo. Mais detalhes podem ser acessado no item específico.

    

  • Considerações finais: escreva um texto breve fazendo um fechamento para o livro, retomando os pontos importantes que foram abordados em todas as unidades. Pode-se fazer uma reflexão crítica, descrevendo ao aluno como ele poderá aplicar esses conhecimentos em sua carreira profissional. Você pode, inclusive, elaborar uma mensagem de estímulo para o aluno.

  • Referências: é importante seguir com rigor as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), principalmente a 6.023/2002 (referências) e a 10.520/2002 (citações). No site das bibliotecas do IFSC (http:// www.ifsc.edu.br/ensino/biblioteca), há um link para a ABNT (http://www. abntcolecao.com.br/). Neste último, uma senha é requerida. Informe-se mais a respeito na biblioteca do seu câmpus. Outra fonte de consulta sobre as normas é o site da Biblioteca Universitária (BU) da UFSC (www. bu.ufsc.br). Na página inicial, clique no item “Normalização de documentos”.

  • Sobre o autor: nesse item, elabore um minicurrículo. Em caso de obra coletiva, com mais de um autor, deve ser elaborado um minicurrículo por autor.

A estrutura apresentada serve de base para o direcionamento dos itens necessários na produção de material textual, nem sempre o docente opta por utilizar todos os elementos, de qualquer forna é bom conhecer um pouco dos detalhes de cada uma das partes.

5. Métricas material EaD

As métricas citadas aqui se referem a quantidade de conteúdo a ser apresentada para o estudo. Esta é sempre uma preocupação na EaD, como o aluno está distante é necessário fazer a previsão de tudo que será abordado na unidade curricular, antes mesmo do estudo iniciar. Sendo assim, o tamanho do texto deve ser pensado e preparado seguindo a carga horária prevista para a UC.

Por exemplo, se o aluno tem uma UC com 30 horas, deve ser previsto um material para realizar o estudo destas horas, sendo que o conteúdo não deve se exceder, o aluno deve ser capaz de estudar o conteúdo nas horas previstas.

Após experiências com produção de conteúdo em diferentes locais, estudiosos como Laaser (1997), propõem uma métrica sugerindo a média de duas páginas por hora-aula, podendo variar para mais em até 30% do tamanho do conteúdo. Veja a exemplificação de carga horária e tamanho de texto no quadro a seguir:

                                         Quadro1: Previsão  de páginas para material didático EaD

Carga Horária da UC Previsão do Número de unidades Previsão do Número de Páginas
60 horas 6 unidades Entre 120 e 160 páginas de texto
45 horas 4 unidades Entre 90 e 130 páginas de texto
30 horas 3 unidades Entre 60 e 90 páginas de texto
25 horas 2 unidades Entre 50 e 75 páginas de texto

                              Fonte: do autor, baseado em Laaser (1997)

A estimativa do número de páginas do livro didático, pode variar em função da quantidade de imagens, quadros, gráficos e tabelas. É interessante utilizar elementos visuais como imagens, tabelas, quadros, infográficos, entre outros, para facilitar ou reforçar o entendimento do conteúdo que está sendo apresentado. Por outro lado é importante também ressaltar que as propostas de imagens devem estar em consonância com o texto.

.

Forma de contagem das páginas de conteúdo

Os conteúdos na EaD podem ser organizados em diferentes formas de apresentação. O docente no momento de planejar uma UC pode organizar os conteúdos a serem apresentados de forma em que os mesmos podem ser escritos pelo docente, ou podem ser materiais de pesquisa, prontos e selecionados para incorporar os materiais de estudo, entre as possibilidade de uso estão: livros ou capítulos de livros, artigos, revistas, entre outras fontes. 

.

Importante:

Na organização e seleção do material é fundamental que toda leitura considerada obrigatória esteja prevista na carga horária da UC, seja em forma de livro didático escrito pelo docente ou indicações de leitura.

.

Veja no quadro a seguir exemplos de contagem de páginas de conteúdo, considerando a utilização de diferentes materiais, para atender a carga horária de uma UC.

                            Quadro2: Exemplos de organização de material didático

Carga Horária da UC

Previsão do Número de Páginas

de Livro didático

Previsão do Número de Páginas 

indicada para leituras 

de materiais prontos

60 horas
  • 60 páginas escritas pelo docente
  • 1 artigo de 30 páginas
  • 1 capítulo de livro de 45 paginas
30 horas
  • 35 páginas escritas pelo docente 
  • 1 artigo de 15 páginas
  • 2 artigos de 20 páginas
25 horas
  • 10 páginas com resumos escrita pelo docente 
  • 1 capítulo de livro de 35 páginas
  • 2 artigos de 15 páginas

                                     Fonte: do autor, baseado em Laaser (1997)

Estes são exemplos de organização de material para uso como conteúdos da UC, o objetivo nesta apresentação é de mostrar que não uma regra de uso, o tipo de material a ser utilizado fica a critério da seleção do docente, e este precisa ter a consciência para basear a média de páginas a ser entregue ao estudante como leitura obrigatória dentro da UC ou de um curso. Já quando as leituras não obrigatórias conhecidas como Saiba Mais, podem ser indicadas a vontade, só não devem ser contabilizadas na carga horária do curso e ainda, não devem ser cobradas nas atividades avaliativas.

6. Elementos Instrucionais

Continuamos falando de material didático, neste momento focamos nos elementos ou recursos instrucionais. Para o desenvolvimento de material didático na EaD, é preciso desenvolver textos que interajam com o estudante que se encontra em local geograficamente distinto. 

Uma leitura leve, de qualidade, com elementos que saltem ao texto trazendo informações diferenciadas e dicas direcionadoras do estudo, é fundamentais para o bom intendimento e interesse do estudante. Para atender a esta necessidade é indicado que o texto composto também de recursos instrucionais que são: "elementos iconográficos inseridos ao longo do texto, e compõem o conteúdo com o objetivo de contribuir com sua compreensão, tornando a aprendizagem mais interativa e instigante para o aluno". (SILVA e SILVA, 2015. p.26)

CERFEaD

     

Normalmente os recursos instrucionais a serem utilizados no material didático de um curso, são previstos por equipes pedagógicas que estão envolvidas no grupo multidisciplinar de desenvolvimento.

No caso do IFSC, mais especificamente do CERFEaD, já se tem uma definição de possibilidades de elementos instrucionais que visam estimular a reflexão e outras situações de aprendizagem.

A seguir você terá a possibilidade de conhecer os elementos que vem sendo utilizados e qual o objetivo de cada um deles dentro da apresentação do conteúdo.

Estes são os elementos instrucionais indicados para serem usados no desenvolvimento da escrita textual, cabe ao docente desenvolvedor do conteúdo indicar o uso do elemento instrucional e a equipe de produção de material didático ao fazer a edição do conteúdo no ambiente, poderá fazer a aplicação da identidade recurso.

.

É possível fazer a indicação do recurso de forma simples, basta colocar o nome do elemento instrucional entre "colchetes" antes do parágrafo do texto, veja exemplo na imagem a seguir:

Outro detalhe a ser lembrado é de que o objetivo dos elementos instrucionais são usados para ressaltar informações fazer pausas, lembrar, ressaltar conteúdos importantes e direcionar o estudo, sendo assim eles devem se utilizados com moderação em meio ao texto que normalmente compõe a maior parte do material textual que está sendo desenvolvido.

7. Linguagem dialógica

 

A Linguagem Dialógica é a forma característica da comunicação utilizada na educação a distância, ela surge da união dos termos  Linguagem, que é a capacidade humana de manifestar expressões de sentimentos, desejos, opiniões e troca de informações em diferentes culturas. Juntamente do termo Dialógica, que carrega em sua essência o significado de dialogismo, consistindo na construção e reflexão sob a forma de diálogo.

Para Mikhail Bakhtin (1999), filósofo russo pesquisador da comunicação humana, a dialogicidade favorece a aquisição do conhecimento pela interação já que a linguagem media a ação do sujeito sobre o objeto, desempenhando a função mediadora.  Piva, Freitas e Miskulin também contribuem colocando alguns fatores que influenciam na dialogicidade:

     É através da interação com o outro e seus enunciados individuais que ocorre a assimilação da expressividade conferida às palavras e enunciados. Todo enunciado tem um autor. Ele é elaborado visando uma compreensão responsiva ativa do destinatário. Para facilitar a compreensão responsiva de um enunciado, alguns fatores como o grau de informação do destinatário e o seu conhecimento especializado na área, devem ser considerados. Isso se deve a que são esses fatores os determinantes na escolha do gênero e do estilo do enunciado. (Piva, Freitas e Miskulin, 2009, p.5).

Na EaD a dialogicidade é pensada em todos os momentos do curso, seja na apresentação do material didático ou nas interações. Deve-se pensar em material que proporcione apoio ao estudo oferecendo condições para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, mesmo realizando estudo individual e a distância.

No desenvolvimento de materiais é aplicada com a chamada Linguagem Dialógica Instrucional, onde os conteudistas escrevem seu material de modo a estarem continuamente conversando com o aluno, em um diálogo amigável e encorajador. "Esse diálogo deve incluir aconselhamento a respeito do que fazer, ou seja, deve servir de encorajamento para os alunos, reforço e incentivo". (Laaser, 1997, p. 76).

A seguir você pode observar um exemplo apresentado por Piva, Freitas e Miskulin, onde se mostra o Texto 1a de forma comum e o Texto 2a, caracterizando dialogicidade, confira a imagem a seguir:

Fonte: Piva, Freitas e Miskulin (2009, p.8).

Este é um exemplo de uso de linguagem dialógica na apresentação textual, seja na versão para impressão, leitura em PDF ou conteúdos online com links interativos, cada docente tem sua forma de escrever e se expressar, mas todos tem a possibilidade de incluir dialogicidade em sua construção textual.

[SAIBA MAIS]

Você pode estudar mais sobre a produção de material didático utilizando Linguagem Dialógica e produção de material didático, acessando o artigo: Produção de conteúdos para EaD: Planejamento, Execução e Avaliação, que busca discutir uma proposta de produção e análise de materiais didáticos para uso em cursos na modalidade EaD. Confira!

8. Critérios para desenvolvimento textual

 

Outro ponto a ser pensado na produção textual e na elaboração de materiais didáticos são os critérios que elevam a qualidade da produção e seu reflexo no processo de aprendizagem. A organização de critérios resulta não só em uma padronização na forma de elaborar e validar materiais didáticos, como também contribuem para que o material entregue aos alunos cumpra com seus objetivos no processo de aprendizagem.

Para trabalhar os critérios vamos contar com o estudo de especialistas em produção de material didático, como Arétio, que nos ajuda na definição de critérios a serem seguidos durante a produção de material didático. Este autor define três classes de critérios de qualidade, entre elas: qualidade de conteúdo, qualidade de linguagem e qualidade de estética. Observe a seguir o detalhamento de cada uma das classes.

.

8.1 Critérios de qualidade de conteúdo

Conforme estudo apresentado por Aretio (2002), os critérios de qualidade de conteúdo compreendem questões didático-pedagógicas como adequação entre teoria, metodologia e recursos tecnológicos utilizados para ofertar o curso. Confira os critérios listados por Aretio no quadro a seguir:

 

Critérios de qualidade para escrita de conteúdos

  • Um bom texto deve ajudar o leitor a identificar as ideias fundamentais expostas.
  • Estrutura lógica-formal dos textos, nível de dificuldade.
  • Objetividade e que sejam adequados a situações reais.
  • Atualidade, pertinência com as necessidades detectadas.
  • Exemplos representativos e fundamentais.
  • Adequação ao desenvolvimento cognitivo do aluno, seus interesses e necessidades.
  • Significatividade apoiada em saberes anteriores e que realmente signifiquem algo para o aluno.
  • Oferecer nos títulos pistas para recordar.
  • Recorrer a organizadores internos: encabeçamento, quadros, tabelas, diagramas, resumos, notas de margem e rodapé etc.
  • Solicitação de resposta do estudante mediante perguntas, exercícios e aplicações intercaladas no texto.
  • Intercalar reforços motivadores ao longo do texto.
  • Seleção cuidadosa de exemplos e contraexemplos que estimulem a imaginação e aclarem as ideias.
  • Destaque claro de quais são as ideias principais.
  • Ligar os novos conceitos com outros anteriores.
  • Fragmentar o texto em quantos separadores, porções ou ideias fundamentais sejam necessário.
  • Manutenção de uma ordem lógica e da relação entre as diferentes frases e parágrafos.
  • Funcionalidade que sirva para algo agora e para o futuro.

Fonte: Manual do Conteudista -  CEAJUD

 

8.2 Critérios de qualidade de linguagem

Quando falamos em linguagem é importante relembrar que a dialogicidade deve estar presente em todos os momentos, neste contexto de escrita de conteúdos segue-se a mesma premissa.  A linguagem com qualidade permite uma comunicação mais clara e efetiva com o estudante, resultando também em resultados positivos na aprendizagem. A seguir será apresentado um quadro baseado no estudo de Aretio, confira!

.

Critérios de qualidade para linguagem

  • Cuidar extremamente das regras e normas ortográficas e sintáticas da linguagem.
  • Utilizar o vocabulário mais apropriado para os destinatários e as tarefas que tem de aprender.
  • Utilizar palavras: curtas, concretas, cheias de sentido, familiares, utilizadas no uso coloquial, indicadores de ação, com significado constante.
  • Evitar as palavras desnecessárias e difíceis de entender.
  • Definir os novos termos e enviar o estudante ao glossário em suas futuras aparições.
  • Utilizar de forma equilibrada metáforas, analogias, repetições e comparações.
  • Escrever com estilo pessoal, como se estivesse conversando com o estudante, sem chegar a vulgarizar o conteúdo.
  • Propor sempre frases: curtas, bem estruturadas e conectadas entre si.
  • Não abusar de excessiva informação em uma só frase.
  • Escrever verbos de ação, em voz ativa e preferencialmente no presente.
  • Cuidar o texto entre as classes gramaticais (gênero, número, tempo, etc.).
  • Usar pronomes pessoais.
  • Evitar o uso de verbos substantivados.
  • Não economizar conectivos entre palavras e frases.
  • Realizar frequentes enumerações de condições, prescrições, escritas separadamente.
  • Evitar duplas negações.

Fonte: Manual do Conteudista -  CEAJUD

 

Salienta-se que é interessante o conteudista se imaginar estando no lugar do leitor e lembrar que normalmente o estudante estará sozinho no momento de leitura, então uma apresentação de texto com linguagem fluida e amigável facilita o entendimento e a qualidade do estudo.

.

8.3 Critérios de Qualidade de Estética

A apresentação ou entrega do conteúdo aos estudantes é outra responsabilidade da produção, o texto desenvolvido pelo conteudista pode ser impresso ou online, independente do formato é necessário que desperte o interesse visual do estudante e mostre o texto com clareza e complementos visuais. A seguir veja o detalhamento de como proceder seguindo os critérios do estudo de Aretio.

 

Critérios de qualidade para estética 

  • Utilizar técnicas de realce (tamanho e grossura das letras, maiúscula, negra, itálica, sublinhada, cor, sombreada etc.).
  • Diante de ícones e imagens indicar o que deve fazer o estudante no momento determinado do estudo: escrever, responder, ver um vídeo, consultar Internet etc.
  • Chamar a atenção sobre a importância do texto posterior.
  • Recorrer a sinais ou indicativos que numeram ou ordenam espacialmente as ideias.
  • As ilustrações bem utilizadas são melhores que as palavras.
  • Complementar o texto com ilustrações, tabelas, gráficos, esquemas, quadros, organogramas, mapas, desenhos e fotografias.
  • Recordar que as ilustrações devem ser claras, atrativas, chamativas, estéticas e fáceis de entender.
  • Acompanhar todas as ilustrações com explicações e clarear acrescentando informações valiosas.
  • Cuidar para que as ilustrações formem estreita unidade com o texto e que apareçam ligadas ao mesmo tempo.
  • Evitar o visual meramente decorativo.
  • Utilizar caracteres de corpo não inferiores a 8.
  • Escolher linhas de texto que não sejam muito largas nem excessivamente curtas.
  • Não esquecer de determinar numeração que identifique claramente a ilustração.

 Fonte: Manual do Conteudista - CEAJUD

 [Saiba Mais]

Para visualizar outros itens interessantes que resultam na qualidade textual assista o vídeo e confira!