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Material: Compreendendo a Extensão

Site: Moodle - IFSC
Curso: 22.1 - Atividades de Extensão I
Livro: Material: Compreendendo a Extensão
Impresso por: Usuário visitante
Data: sábado, 23 Nov 2024, 21:00

Introdução


Na parada 1, utilizaremos o livro didático “Compreendendo a Inovação Social e a Extensão”. Esse livro aborda os conceitos de inovação social e de extensão. Neste curso utilizaremos alguns capítulos desse livro relacionados com os fundamentos da extensão. 

Nessa parada, refletiremos sobre a extensão como o principal meio para desenvolver soluções aplicadas ao ambiente externo aos institutos federais e universidades. Por isso, estudaremos diversos aspectos da extensão, como o histórico, o marco legal, os conceitos e princípios, a indissociabilidade, os exemplos, os impactos das atividades, os eventos, os fomentos e os procedimentos para desenvolvimento.

Ao final deste módulo, você compreenderá aspectos teóricos da extensão.

1 O que são atividades de extensão?

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Os espaços nacionais de discussão e estudo acerca da extensão, como congressos, revistas e fóruns, têm revelado um cenário ainda incipiente no que se refere à consolidação do campo teórico da extensão. Nos institutos federais, onde a temática se formaliza apenas em 2008, por meio de Decreto-lei, essa necessidade de desenvolvimento e disseminação de conhecimentos sobre o tema é ainda maior.

Para auxiliar nesse processo, os institutos federais têm se focado no avanço do marco conceitual da extensão, que está sendo construído de modo coletivo. Essa formação é uma oportunidade de refletirmos sobre as práticas e os conceitos estabelecidos, a fim de aprimorá-los. Seus conhecimentos e experiências são fundamentais para progredirmos juntos nessa empreitada!

Vamos entender um pouco mais o conceito de extensão?

Extensão são atividades que envolvem alunos, servidores e a comunidade. Entende-se comunidade como qualquer indivíduo ou organização externos aos institutos federais e universidades.

É um processo educativo, cultural, científico e tecnológico que promove a interação transformadora entre o instituto federal e a sociedade, de forma indissociável ao ensino e à pesquisa. As atividades de extensão devem promover a transformação social no entorno dos câmpus, envolvendo servidores e discentes por meio de programas, projetos, cursos, eventos ou produtos.

Para compreender essas e outras definições que regulamentam as atividades de extensão, acesse a RESOLUÇÃO DE EXTENSÃO DO IFSC.

As ações de extensão são diversas e multidisciplinares. A melhor forma de compreendê-las é a partir de exemplos. Veja alguns, a seguir:






Quer acessar outras atividades de extensão?

A revista Caminho Aberto é um publicação científica interdisciplinar, de periodicidade semestral, com foco em atividades de extensão em todo o território nacional. Visa a socializar as práticas educacionais desenvolvidas pelas instituições de ensino com os diversos atores da sociedade, de modo a fortalecer a integração entre o ensino e a pesquisa. Com doze edições publicadas desde seu lançamento, em dezembro de 2014, a revista já recebeu aproximadamente 300 submissões, que passaram por 800 avaliações, realizadas por mais de 500 avaliadores externos. Nessas 12 edições, publicou um total de 140 trabalhos das oito áreas temáticas da extensão. A equipe editorial é composta por 1 editor geral, 1 editor assistente, 17 membros do conselho editorial, 12 editores de seção, 14 revisores textuais e 1 designer. A versão eletrônica da Caminho Aberto tem 1020 leitores cadastrados e tem média de 30 acessos por dia. 


Para você refletir

Para ampliar um pouco mais seu conhecimento sobre o conceito de extensão, veja a entrevista Fazer extensão é viver a universidade plenamente, de Alfredo Balduíno Santos. 

2 Diretrizes da Extensão

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A extensão brasileira tem sido encarada recentemente por duas perspectivas, do ponto de vista do nível de formação ofertado. A primeira refere-se à consolidada extensão universitária, promovida majoritariamente por universidades e centros universitários. Desde 2008, com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede EPCT), que transformou o CEFET-SC em IFSC, ganha espaço a segunda perspectiva, chamada extensão tecnológica. Ela envolve alunos do ensino profissional, dos cursos FIC, Técnicos, Superiores de Tecnologia, Bacharelados e Licenciaturas.

Seguindo orientações do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX), o IFSC adota a denominação sintética “EXTENSÃO, a qual contempla tanto os referenciais da perspectiva universitária quanto os da tecnológica e tem como fim o desenvolvimento social, defendido no real e complexo sentido do termo.

Aprofunde o entendimento das diretrizes da extensão nos próximos subcapítulos e, em seguida, assista ao vídeo que segue, o qual faz uma análise de atividades de extensão com base nas diretrizes expostas nesta seção, a fim de torná-las mais robustas a partir de um forte engajamento dos envolvidos  e, consequentemente, gerar mais impacto na sociedade.

2.1 Interação Dialógica

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A interação dialógica orienta o desenvolvimento de relações entre o IFSC e os setores sociais marcadas pelo diálogo e pela troca de saberes, superando-se o discurso da hegemonia acadêmica e substituindo-o pela ideia de aliança com movimentos, setores e organizações sociais.

Não se trata mais de “estender à sociedade o conhecimento acumulado”, mas de produzir, em interação com a sociedade, um conhecimento novo.

A comunidade (qualquer indivíduo ou organização externa às instituições de ensino) passa a fazer parte dos processos de criação de soluções e é coautora durante todo seu andamento, desde o planejamento até a execução. O objetivo é produzir um conhecimento que contribua para a superação da desigualdade e da exclusão social e para a construção de uma sociedade mais justa, ética e democrática.

Esse objetivo pressupõe uma ação de mão dupla: do IFSC para a sociedade e da sociedade para o IFSC. Isso porque os atores sociais que participam da ação, sejam pessoas inseridas nas comunidades com as quais a ação de extensão é desenvolvida, sejam agentes públicos (estatais e não-estatais) envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas com as quais essa ação se vincula, também contribuem com a produção do conhecimento. Eles também oferecem ao IFSC os saberes construídos em sua prática cotidiana, em seu fazer profissional ou vivência comunitária.

Para que a interação dialógica contribua nas direções indicadas, é necessária a aplicação de metodologias que estimulem a participação e a democratização do conhecimento, colocando em relevo a contribuição de atores não-universitários em sua produção e difusão. São necessárias também a apropriação e a democratização da autoria dos atores sociais, assim como sua participação efetiva em ações desenvolvidas nos espaços da própria Instituição de Ensino Superior.


Fonte: Adaptado de FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

2.2 Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

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É um truísmo dizer que a realidade social é complexa, mas talvez não o seja argumentar que qualquer intervenção ou ação destinada à alterá-la deve levar em conta essa complexidade, sob pena de se tornar estéril ou ineficiente. Por muitas décadas, as tecnologias de intervenção social têm oscilado entre visões holistas, destinadas a apreender a complexidade do todo, mas condenadas a ser generalistas, e visões especializadas, destinadas a tratar especificidades, mas caracterizadas pelo parcelamento do todo.

A diretriz de Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade para as ações extensionistas busca superar essa dicotomia, combinando especialização e consideração da complexidade inerente às comunidades, setores e grupos sociais com os quais se desenvolvem as ações de extensão ou aos próprios objetivos e objetos dessas ações. O suposto dessa diretriz é que a combinação de especialização e visão holista pode ser materializada pela interação de modelos, conceitos e metodologias oriundos de várias disciplinas e áreas do conhecimento, assim como pela construção de alianças intersetoriais, interorganizacionais e interprofissionais.


Fonte: Adaptado de FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

2.3 Indissociabilidade

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A diretriz Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão reafirma a Extensão como processo acadêmico. Nessa perspectiva, o suposto é que as atividades de extensão adquirem maior efetividade se estiverem vinculadas ao processo de formação de pessoas (Ensino) e de geração de conhecimento (Pesquisa).

No que se refere à relação Extensão e Ensino, a diretriz de indissociabilidade coloca o estudante como protagonista de sua formação técnica – processo de obtenção de competências necessárias à atuação profissional, e de sua formação cidadã, processo que lhe permite reconhecer-se como agente de garantia de direitos e deveres e de transformação social.

Essa visão do estudante como protagonista de sua formação técnica e cidadã deve ser estendida, na ação de Extensão, a todos os envolvidos - alunos, professores, técnicos-administrativos, pessoas das comunidades, estudantes de outras instituições e do ensino médio. Dessa maneira, emerge um novo conceito de ‘sala de aula’, que não mais se limita ao espaço físico tradicional de ensino e aprendizagem. ‘Sala de aula’ são todos os espaços, dentro e fora da instituição de ensino, em que se apreende e se (re)constrói o processo histórico-social em suas múltiplas determinações e facetas. O eixo pedagógico clássico ‘estudante – professor’ é substituído pelo eixo ‘estudante – professor – comunidade’. O estudante, assim como a comunidade com a qual se desenvolve a atividade de Extensão, deixa de ser um mero receptáculo de um conhecimento validado pelo professor para se tornar participante do processo. Dessa forma, ele se torna também o tutor (aquele que apoia o crescimento possibilitado pelo conhecimento), o pedagogo (aquele que conduz, de mãos dadas, o processo de conhecimento) e o orientador (aquele que aponta a direção desse processo). Assim, no âmbito da relação entre Pesquisa e Ensino, a diretriz Indissocibialidade Ensino – Pesquisa – Extensão inaugura possibilidades importantes na trajetória acadêmica do estudante e do professor.

Na relação entre Extensão e Pesquisa, abrem-se múltiplas possibilidades de articulação entre a instituição e a sociedade. Visando à produção de conhecimento, a Extensão sustenta-se principalmente em metodologias participativas, no formato investigação-ação (ou pesquisa-ação), que priorizam métodos de análise inovadores, a participação dos atores sociais e o diálogo, de forma a apreender saberes e práticas ainda não sistematizados, aproximar-se dos valores e princípios que orientam as comunidades e, assim, contribuir para sua transformação em direção à justiça, à solidariedade e à democracia. Para tanto, é preciso que os envolvidos na ação tenham clareza dos problemas sociais sobre os quais pretendem atuar, do sentido e dos fins dessa atuação, do ‘arsenal’ analítico, teórico e conceitual a ser utilizado, das atividades a serem desenvolvidas e, por fim, da metodologia de avaliação dos resultados (ou produtos) da ação e, sempre que possível, de seus impactos sociais.

Ainda no âmbito da relação Extensão – Pesquisa, essa Política propõe fortemente o desenvolvimento de dois processos na vida acadêmica. O primeiro refere-se à incorporação de estudantes em atividades extensionistas. Essa importante forma de produção do conhecimento – a Extensão – pode e deve ser incorporada à graduação e à pós-graduação, o que pode levar à qualificação tanto das ações extensionistas quanto da própria pesquisa. O segundo desenvolvimento que aqui se defende é a produção acadêmica a partir das atividades de Extensão, seja no formato de teses, dissertações, livros ou capítulos de livros, artigos em periódicos e cartilhas, seja no formato de apresentações em eventos, filmes ou outros produtos artísticos e culturais.


Fonte: Adaptado de FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

2.4 Impacto e transformação social

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A diretriz Impacto e Transformação Social reafirma a Extensão como o mecanismo pelo qual se estabelece a inter-relação da Instituição de Ensino com os outros setores da sociedade, com vistas a uma atuação transformadora, voltada para os interesses e as necessidades da maioria da população, e propiciadora do desenvolvimento social e regional e de aprimoramento das políticas públicas. A expectativa é de que, com essa diretriz, a Extensão contribua para o processo de (re)construção da Nação, uma comunidade de destino, ou de (re)construção da polis, a comunidade política. Nesse sentido, a diretriz Impacto e Transformação Sociais imprime à Extensão um caráter essencialmente político.

Com essa diretriz, espera-se configurar nas ações extensionistas as seguintes características:

  1. privilegiamento de questões sobre as quais atuar, sem desconsideração da complexidade e diversidade da realidade social;
  2. abrangência, de forma que a ação, ou um conjunto de ações, possa ser suficiente para oferecer contribuições relevantes para a transformação da área, setor ou comunidade sobre o qual incide;
  3. efetividade na solução do problema. Cabe lembrar que a efetividade de qualquer tipo de intervenção social depende do grau de racionalidade que se imprime à sua formulação, sem perder de vista os valores e princípios que a sustentam, de forma a permitir sua gestão eficiente e sua avaliação, seja a de seu processo de implementação (monitoramento), seja a de seus resultados e impactos sociais.

É importante ter clareza de que não é apenas sobre a sociedade que se almeja produzir impacto e transformação com a Extensão. A própria instituição, enquanto parte da sociedade, também deve sofrer impacto, ser transformada. O alcance desses objetivos – impacto e transformação da sociedade e da instituição -, de forma a se lograr o desenvolvimento nacional no sentido que essa Política propunha, é potencializado nas ações que se orientam pelas diretrizes de Interação Dialógica, Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade e, por fim, Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão. Com esse escopo, as ações de Extensão Universitária surgem como instrumentos capazes de contra-arrestar as consequências perversas do neoliberalismo, em especial a mercantilização das atividades institucionais, a alienação cultural e todas as mazelas que as acompanham.


Fonte: Adaptado de FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

2.5 Impacto na Formação do Estudante

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As atividades de Extensão constituem aportes decisivos à formação do estudante, seja pela ampliação do universo de referência que ensejam, seja pelo contato direto com as grandes questões contemporâneas. Esses resultados possibilitam enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos, ao mesmo tempo em que permitem a reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da Universidade Pública brasileira.

Como preconizado na Constituição de 1988 e regulamentado pelo Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, a participação do estudante nas ações de Extensão deve estar sustentada em iniciativas que viabilizem a flexibilização curricular e a integralização dos créditos logrados nas ações de Extensão.

Para que esses instrumentos imprimam qualidade à formação do estudante, as ações extensionistas devem possuir um projeto pedagógico que explicite três elementos essenciais:

  1. a designação do professor orientador;
  2. os objetivos da ação e as competências dos atores nela envolvidos;
  3. a metodologia de avaliação da participação do estudante. A qualificação da formação do estudante, por meio de seu envolvimento em atividades extensionistas, depende também de um diálogo franco e permanente dos órgãos destinados ao fomento das ações extensionistas com os colegiados de gestão acadêmica da graduação e da pós-graduação, de forma a possibilitar a aplicação efetiva das diretrizes de Extensão e da legislação vigente. Essa estruturação normativa e legal deve orientar o estabelecimento de regras relacionadas ao campo de estágio, composição de grade curricular, correlação entre carga horária e créditos atribuídos ou previsão de cronogramas de disciplinas e regras disciplinares. Desnecessário dizer que a incorporação da estrutura legal e normativa da Extensão na formulação dessas regras deve levar em conta as especificidades de cada localidade e Universidade.

Fonte: Adaptado de FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

3 Tipos de Atividades de Extensão

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As atividades de extensão são aquelas relacionadas à transferência mútua de conhecimento produzido, desenvolvido ou instalado no âmbito da instituição e estendido à comunidade externa.

As atividades de extensão devem promover a transformação social no entorno dos câmpus do IFSC, envolvendo servidores e discentes por meio de programas, projetos, cursos, eventos ou produtos.

Nos subcapítulos seguintes, serão detalhados cada um dos tipos de atividades de extensão.

3.1 Programa

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Programa: um conjunto integrado de pelo menos dois projetos e outras atividades de extensão, de caráter contínuo, regular, multidisciplinar e indissociável à pesquisa e ao ensino, com a participação de discentes, servidores e comunidade externa, alinhado ao Planejamento Estratégico do IFSC.


Exemplos: 

Programa Mulheres SIM: 

As angústias, os medos, as expectativas e os sonhos de mulheres com diferentes histórias de vida são compartilhadas no Mulheres SIM. Destinado a mulheres em vulnerabilidade social e sem escolaridade, o programa do IFSC busca resgatar a autoestima e oportunizar a geração de renda. Desde 2014 mais de 1200 mulheres participaram dos cursos, realizados em vários câmpus e também em locais de parceria, como no Presídio Regional de Chapecó.

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=J91GQC5meeo&t=397s)

 

Programa Empreendedorismo Júnior: 

Pensando em uma formação empreendedora completa, plural e em conexão com as exigências do mundo do trabalho, o Programa Empreendedorismo Júnior proporciona capacitações e desenvolver projetos que possibilitem tanto o crescimento dos estudantes no sentido de um cidadão com iniciativa para pensar seu entorno profissional e acadêmico, assim como como um indivíduo que busca refletir e perceber suas necessidades de desenvolvimento e suas formas de aprender e se reinventar continuamente. Os três atores: servidores, estudantes e setor externo, participam de forma ativa na execução das atividades.

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=SJA38ygcdPs)

3.2 Projeto

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Projeto: iniciativas processuais, coerentes e contínuas que, articuladas, visam ao cumprimento de objeto único em prazo determinado, vinculado ou não à Programa, com delimitação teórica e detalhamento de recursos necessários à execução. 


Deve conter objetivos geral e específicos, claros e tangíveis, indissociáveis da pesquisa e do ensino, com a atuação de discentes e servidores e a participação da comunidade externa, alinhados ao Planejamento Estratégico do IFSC.

Exemplos:

Projeto de Extensão AliMÃEtação: 

Vídeo produzido pela aluna Evelin Souza do curso técnico em Agroecologia do Câmpus Lages do IFSC sobre o projeto  de extensão AliMÃEtação, contemplado no edital Protagonismo Discente.

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=5fNPFcnQjE8)

Projeto de Extensão Ondas do Bem: 

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=T06mHePYH8w)

3.3 Curso

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Curso: atividade pedagógica de caráter teórico e prático, de oferta não periódica, presencial ou a distância, com objetivos, carga horária, ementa, cronograma e critérios de avaliação definidos em formulário próprio disponibilizado pela Diretoria de Extensão. Deve ser indissociável da pesquisa e do ensino, com a atuação de discentes e servidores e a participação da comunidade externa, alinhado ao Planejamento Estratégico do IFSC. Alunos do IFSC atuam ativamente nos cursos de extensão, inclusive ministrando-os, sob orientação docente.


Exemplo: 

Curso de mecânica para mulheres: 

https://www.ifsc.edu.br/conteudo-aberto/-/asset_publisher/1UWKZAkiOauK/content/id/1832867

 

E sabe esse curso que você está fazendo? É também um exemplo de curso de extensão! 

3.4 Evento

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Evento: é a atividade de extensão menos complexa, pontual, que preferencialmente deve estar contida em planejamento de atividades maiores, como o projeto, visando a promover e divulgar mutuamente conhecimentos produzidos no processo de aprendizagem, com a atuação de discentes e servidores e a participação da comunidade externa.


Exemplos:

Evento de Extensão I'Fashion: 

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=8UJQlp49HfE )

Apresentação do Coral e da Orquestra do IFSC/Câmpus Florianópolis:

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=8UJQlp49HfE )

3.5 Produto

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Produto: é a atividade que se caracteriza por ser decorrente do fazer extensionista, sempre resultado de uma outra atividade de extensão com registro institucional.


 

4 Áreas temáticas da extensão

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As atividades de extensão devem ser classificadas em uma das oito áreas temáticas definidas pelo Plano Nacional de Extensão Universitária (2012), conforme descritas a seguir:

  1. Comunicação: comunicação social; mídia comunitária; comunicação escrita e eletrônica; produção e difusão de material educativo; televisão universitária; rádio universitária.
  2. Cultura: desenvolvimento cultural; cultura, memória e patrimônio; cultura e memória social; cultura e sociedade; folclore, artesanato e tradições culturais; produção cultural e artística na área de artes plásticas e artes gráficas; produção cultural e artística na área de fotografia, cinema e vídeo; produção cultural e artística na área de música e dança; produção teatral e circense.

  3. Direitos Humanos e Justiça: assistência jurídica; direitos de grupos sociais; organizações populares; questões agrárias.

  4. Educação: educação básica; educação e cidadania; educação a distância; educação continuada; educação de jovens e adultos; educação para a melhor idade; educação especial; educação infantil; ensino fundamental; ensino médio; incentivo à leitura.

  5. Meio Ambiente: preservação e sustentabilidade do meio ambiente; meio ambiente e desenvolvimento sustentável; desenvolvimento regional sustentável; aspectos de meio ambiente e sustentabilidade do desenvolvimento urbano e do desenvolvimento rural; educação ambiental; gestão de recursos naturais e sistemas integrados para bacias regionais.

  6. Saúde: promoção à saúde e qualidade de vida; atenção a grupos de pessoas com necessidades especiais; atenção integral à mulher; atenção integral à criança; atenção integral à saúde de adultos; atenção integral à terceira idade; atenção integral ao adolescente e ao jovem; capacitação e qualificação de recursos humanos e de gestores de políticas públicas de saúde; cooperação interinstitucional e cooperação internacional na área; desenvolvimento do sistema de saúde; saúde e segurança no trabalho; esporte, lazer e saúde; hospitais e clínicas universitárias; novas endemias, pandemias e epidemias; saúde da família; uso e dependência de drogas.

  7. Tecnologia e Produção: transferência de tecnologias apropriadas; empreendedorismo; empresas juniores; inovação tecnológica; polos tecnológicos; direitos de propriedade e patentes.

  8. Trabalho: reforma agrária e trabalho rural; trabalho e inclusão social; educação profissional; organizações populares para o trabalho; cooperativas populares; questão agrária; saúde e segurança no trabalho; trabalho infantil; turismo e oportunidades de trabalho.

Os princípios adotados foram:

  • assumir, como parâmetro para a definição das áreas temáticas, as políticas públicas entendidas como "[...] linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei. É mediante as políticas públicas que são distribuídos ou redistribuídos bens e serviços sociais, em resposta às demandas da sociedade. Por isso o direito que as fundamenta é um direito coletivo e não individual." (PEREIRA, apud DEGENNSZAJH, 2000, p. 59). Essa opção baseia-se no fato de que a extensão universitária tem como princípio a relação com a sociedade, no sentido do compromisso social da universidade enquanto instituição pública, com a superação das atuais condições de desigualdade e exclusão, em acordo com as políticas públicas;

  • observar, na classificação por área temática, o objeto ou o tema que é enfocado na ação, ou seja, a questão substantiva que perpassa a ação. Por exemplo, um curso a distância para enfermeiros sobre tratamento de feridas crônicas deve ser registrado na área temática SAÚDE. O fato de se tratar de 'curso' (ação) não o caracteriza como EDUCAÇÃO, pois o assunto abordado no curso, ou melhor, a questão substantiva que perpassa o curso (tratamento de feridas crônicas) refere-se à saúde.

* Texto disponível em: <http://www.ufpi.br/extensao/areas-tematicas>. Acesso em: 11 mar. 2016.

5 Considerações Finais



Neste módulo, você conheceu o potencial das atividades de extensão.

Constatamos diversos exemplos maravilhosos desenvolvidos em nossa instituição, indicando como é possível explorar e expandir esses tipos de ações no local em que vivemos.

Que tal conhecer um pouco mais como fazer para desenvolver atividades de extensão em sua comunidade?

É isso que veremos nas próximas paradas. Sigamos juntos! 

Referências

BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 13.005, de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm. Acesso em: 17 maio 2016.

CONSELHO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (CONIF). Extensão Tecnológica - Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica/ Conselho Nacional das Instituições Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Cuiabá (MT): CONIF/IFMT, 2013. Disponível em: http://portal1.iff.edu.br/extensao-e-cultura/arquivo/2016/extensao-tecnologica-rede-federal-de-educacao-profissional-cientifica-e-tecnologica-2013.pdf. Acesso em: 18 maio 2016.

FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS (FORPROEX). Política nacional de extensão universitária. Manaus, 2012. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/renex/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf. Acesso em: 29 fev. 2016.  

GARCIA, R. L. O papel social da universidade e sua repercussão na formação de professores. Revista Movimento: Revista da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Niterói: PP & A, n. 2 , setembro, 2000. p. 67 - 79.

GRAY, David E. Pesquisa no mundo real. Trad. Roberto Cataldo Costa. 2. ed. Porto alegre: Penso, 2012.

INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA. Resolução 20/2013/CS. Regulamentação das atividades de extensão do Instituto Federal de Santa Catarina. Disponível em: http://www.ifsc.edu.br/arquivos/extensao/cs_resolucao20_2013_aprova_regulamentacao_atividades_extensao.pdf. Acesso em: 17 maio 2016.

Ficha Técnica

Ficha Técnica Original:

[ Conteúdo ]

Douglas Paulesky Juliani

Patrícia Deporte de Andrade

Rafael Rodrigues da Silva

Uda Flavia Cunha Souza Fialho

[ Desenho educacional ]

Maria da Glória Silva e Silva
Equipe Pedagógica do Cerfead

[ Desenho gráfico ]

Daniel Mazon da Silva
Equipe de Materiais Didáticos do Cerfead

[ Revisão textual ]

Vanessa Martinelli Oro (Revisão - versão 1)

Denise de Mesquita Corrêa (Revisão - versão atualizada)

Ficha Técnica Adaptada:

[ Conteúdo ]

Liziane Renate Lessak

[ Desenho educacional ]

Maria da Glória Silva e Silva
Equipe Pedagógica do Cerfead

[ Desenho gráfico ]

Daniel Mazon da Silva
Equipe de Materiais Didáticos do Cerfead

[ Revisão textual ]

José Orlando Miranda Botelho