Livro Extra: Design Thinking
1 | Design Thinking
1.1.1 Descoberta / Empatia
Descobertas constroem uma base sólida para suas ideias. Criar soluções significativas para estudantes, pais e familiares, professores, colegas e gestores começa com um profundo entendimento de suas necessidades. Descoberta significa estar aberto a novas oportunidades, inspirar-se e criar novas ideias. Com a preparação correta, essa fase pode ser um abrir de olhos e vai proporcionar um bom entendimento do desafio.
–– DT para Educadores
Passos da fase de Descoberta
A fase de Descoberta está organizada em três passos:
- Entender o desafio: o desafio definido inicialmente vai guiar suas questões e ajudar a manter o foco durante o processo. Por isso, é importante que ele esteja claro – deve haver um entendimento comum no grupo do motivo pelo qual se está trabalhando.
- Preparar a pesquisa: inspiração é o combustível para suas ideias. Planeje atividades para aprender a partir de múltiplas perspectivas e explorar contextos desconhecidos.
- Coletar inspirações: com uma mentalidade curiosa, é possível achar inspiração e novas perspectivas em vários locais, sem muita preparação. Aguce sua habilidade de observação do mundo ao redor.
Você precisa saber
Antes de seguir adiante, leia o material completo sobre a Fase de Descoberta, disponível no link que segue. Você verá sugestões de atividades para cada passo dessa fase.
Fase 1 - Descoberta
Métodos para inspiração
Para auxiliar a fase de descoberta, além dos passos indicados no material mostrado anteriormente, você também pode aplicar as seguintes técnicas (adaptadas do Design Kit da IDEO, 2018). Clique sobre as abas para navegar.
Diário fotográfico é uma maneira direta e muito visual de vislumbrar como uma pessoa vive sua vida e também ajuda a capacitar os indivíduos para contar suas próprias histórias. As fotos podem ajudar a criar uma base para uma discussão mais rica e ir além de uma entrevista pessoal. É um método para entender melhor o contexto de uma pessoa, as pessoas que as cercam, a dinâmica da comunidade e a jornada através de como eles usam um produto ou serviço.
PASSOS
- Este método pode levar alguns dias para ganhar vida, então tenha certeza de que você reservou tempo suficiente. O objetivo é capturar momentos e dinâmicas do dia a dia.
- Peça para a pessoa para quem você está projetando tirar fotos de tudo que influencia suas decisões. Das pessoas, dos lugares, das ações.
- Solicite que a pessoa envie as fotos para você antes de entrevistá-la.
- As fotos permitem que você preveja e planeje melhor a a entrevista, então, passe algum tempo com as fotos e desenvolva algumas perguntas que você deseja fazer com base no que você vê.
- Quando estiver com a pessoa, no momento da entrevista, peça para ela explicar as fotos e o que elas significam. Busque compreender o "porquê" por trás de cada foto. Pergunte o que a pessoa sente sobre as fotos e não se esqueça de perguntar o que ela decidiu deixar de fora e por quê.
Entrevistas são o coração da fase de inspiração. Design centrado no ser humano trata de alcançar as pessoas para quais você está projetando uma solução, ouvi-las do seu próprio ponto de vista. Entrevistas podem ser um pouco intimidadoras, mas ao seguir estes passos, você poderá obter todos os insights e compreender aquilo que você dificilmente compreenderia isolado/a em seu local de trabalho. Sempre que possível, conduza as entrevista no local do entrevistado. Você pode aprender muito sobre a pessoa, seu modelo mental, comportamentos e estilo de vida ao conversar com ela no seu local de trabalho ou em casa.
PASSOS
- Não conduza entrevistas em grupos maiores do que três entrevistadores, porque você pode deixar o/a entrevistado/a desconfortável. Se houver mais de um/a entrevistador/a, defina papeis para cada um.
- Vá preparado/a com as questões que você quer perguntar. Comece por questões mais amplas, sobre a vida da pessoa, seus valores e hábitos, antes de entrar em questões mais específicas relacionadas ao seu desafio.
- Certifique-se de anotar/gravar exatamente o que a pessoa fala e não o que você acha que ela falou. Esse processo é sobre ouvir o que a pessoa está dizendo.
- O que a pessoa diz é apenas uma parte da informação. Observe também a linguagem corporal e considere o contexto da conversa.
Apesar de entrevistas em grupo não permitirem um aprofundamento tal qual o da entrevista individual, elas podem lhe ofercer um olhar mais abrangente sobre o grupo de pessoas para o qual você está projetando. As melhores entrevistas em grupo são aquelas que buscam ouvir a voz de cada um e suas opiniões diferentes.
PASSOS
- ldentifique o tipo de grupo que você quer entrevistar. Se você estiver buscando saber algo específico, organize um grupo que apresente boas chances de atingir o seu objetivo.
- Escolha um local neutro para conduzir a entrevista. Pense em um local no qual pessoas de todas as idades, raças e gêneros têm acesso.
- Por ser mais dinâmica, certifique-se de que enquanto um entrevistador faz as perguntas, outras pessoas da equipe estejam tomando nota e capturando o que está acontecendo.
- Venha preparado/a com uma estratégia para envolver os membros mais quietos do grupo. Você pode trabalhar isso fazendo perguntas diretamente para essas pessoas ou encontrar maneiras para que as pessoas que falam mais se afastem por um tempo.
- As entrevistas em grupo são uma boa oportunidade para identificar quem você gostaria de chamar para uma possível sessão de co-criação (lá na etapa de ideação).
O ponto crucial da fase de Inspiração é falar com as pessoas para as quais você está projetando. Porém, você pode obter uma perspectiva valiosa conversando com especialistas. Especialistas poderão lhe dar uma visão macro da área do seu projeto, informar sobre inovações recentes - sucessos e falhas. Você também pode procurar especialistas para aconselhamento técnico específico.
PASSOS
- Determine o tipo de especialista que você precisa. Se você está trabalhando com agricultura, por exemplo, talvez um agrônomo possa ajudar. O projeto envolve a área da saúde? Quem sabe um médico ou formulador de políticas públicas pode ser uma boa aposta.
- Ao recrutar seus especialistas, dê-lhes uma prévia dos tipos de perguntas que você irá perguntar e informe quanto do seu tempo você precisará.
- Escolha especialistas com diferentes pontos de vista. Você não quer as mesmas opiniões.
- Pesquise e faça perguntas inteligentes. Embora você venha preparado com uma ideia do que você gostaria de saber, certifique-se de que seu plano é flexível o suficiente para permitir que você persiga linhas de pesquisa inesperadas.
- Grave sua entrevista com as ferramentas que você possui. Uma caneta e papel funcionam bem, mas você também pode usar o seu próprio celular.
A imersão é uma das principais formas de aprender sobre as pessoas. Por isso, acompanhar a pessoa em uma visita guiada na casa, local de trabalho ou nas atividades diárias revelará não apenas os detalhes físicos da vida dela, mas as rotinas e hábitos que a motivam e a desafiam.
PASSOS
- Procure alguém que represente o público para o qual você está projetando e organize um Passeio Guiado na sua casa, local de trabalho ou estudo. As dinâmicas culturais podem entrar em jogo quando você visita a casa de alguém, então seja sensível a essas questões e certifique-se de ter a permissão antes da sua visita.
- Vá em apenas dois membros, um para fazer perguntas e o outro para tomar notas. Preste muita atenção ao espaço que você está visitando, as rotinas que você vê, o que está nas paredes, os objetos, quem os usa e onde estão localizados. Tudo é elemento-chave da informação.
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Tire fotos apenas se você conseguir permissão.
- Faça muitas perguntas sobre os hábitos e o espaço da pessoa. Por que ela faz as coisas que ela faz? Quem usa o espaço e onde as coisas são mantidas ou por que as coisas são organizadas do jeito que elas são?
Se você não entender o que as pessoas nos extremos da sua solução precisam, você nunca chegará a soluções que possam funcionar para todos. Por exemplo, pessoas com nenhuma ou muita dificuldade em determinado aspecto. Falar com perfis extremos pode estimular sua criatividade, expondo você a casos e oportunidades de design que você nunca teria imaginado.
PASSOS
- Pense em todas as pessoas diferentes que possam usar sua solução. Os perfis extremos podem se configurar em diferentes espectros, dependendo do seu critério. Talvez você queira conversar com alguém que vive sozinho e alguém que mora com uma grande família, por exemplo. Talvez você queira falar com idosos e crianças. Cada um irá oferecer uma opinião sobre a sua ideia, o que pode estimular novos pensamentos.
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Quando você fala com um perfil extremo, pergunte como ele usará a sua solução. Pergunte se ele usa algo semelhante e como se adequa às suas necessidades.
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Selecione os contatos da comunidade para ajudar com indicações de pessoas e a organizar reuniões e entrevistas individuais. Certifique-se de que está falando com homens e mulheres. Ah! Você pode topar com um perfil extremo em qualquer contexto, aproveite e converse com ele.
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Seja sensível a certos extremos quando você os entrevista. Muitas vezes, eles podem ser deixados fora das discussões, por isso, procure fazer com que se sintam bem-vindos e deixá-los saber que suas opiniões são essenciais para sua pesquisa.