Com isso posso ressaltar que, quando se trata de medidas, seja de comprimento, massa e/ou capacidade, não estamos simplesmente lidando com o ato de medir, ler a medida e anotá-la, por trás disso, aparece toda uma questão psicossociocultural, e Muniz, em 1995, já nos chamava a atenção para tal fato, ao afirmar que
A literatura da história da Matemática, notadamente da teoria dos números, evidencia o papel basilar do contexto cultural no processo histórico das formas de contar e medir utilizadas nas diversas fases de evolução da civilização. [...] enfatiza-se para além dos processos de quantificação, (discreta e contínua) a partir do corpo, a importância das interações entre as diversas culturas na permuta de seus processos específicos de contar/medir, operações/algoritmos e registros. Desta forma a construção deste conhecimento assume um caráter intercultural que é de importância basilar na compreensão da construção dos sistemas de numeração e medidas (MUNIZ, 1995, p. 12).